quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Moda e surrealismo

A moda e a arte sempre caminharam juntas para Elsa Schiaparelli, uma italiana de alma francesa, que não criava apenas vestidos, chapéus e acessórios, mas verdadeiras obras de luxo e excentricidade. Suas roupas eram feitas para impressionar, para destacar a mulher que as usava.
Schiap, como era conhecida em Paris, viveu o auge de seu sucesso durante a década de 30. Era amiga dos artistas da época, como Jean Cocteau e Christian Bérard, mas foi com o surrealismo de Salvador Dalí que ela mais se identificou. Chegaram a trabalhar juntos em várias criações, como o chapéu-sapato, a bolsa em forma de telefone, o tailleur com vários bolsos em forma de gaveta e o vestido decorado com uma grande lagosta.
"Quando o vento arranca o chapéu da sua cabeça e o faz voar cada vez mais longe, é preciso correr mais rápido que o vento para alcançá-lo. Eu sempre soube que para construir mais solidamente, às vezes somos obrigados a destruir, a fim de estabelecer uma nova elegância para as maneiras brutais da vida moderna."
A vida em rosa-choque
Seu estilo moderno e excêntrico a fez criar um tom de rosa eletrizante, o qual ela chamou de "shocking", o famoso rosa-choque. Em 1938, Schiap lançou um perfume com o mesmo nome - "Shocking". O frasco foi desenhado pela pintora surrealista Leonor Fini e tinha a forma de um torso feminino. Na verdade, o da atriz Mae West, que encarnava a ousadia do estilo Schiap. O seu livro de memórias, lançado em 1954, também recebeu o nome da sua cor preferida.
O estilo marcante de Elsa Schiaparelli talvez pudesse ser representado pelo seu rosa "Shocking, descrito por Yves Saint-Laurent como: "Uma provocação".

Nenhum comentário: