quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A CONQUISTA DE HOLLYWOOD PELO FILME FALADO

Neste texto foi mantida a grafia original


O filme falado operou uma grande revolução na industria cinematographica norte-americana; o filme falado substituiu completamente o filme mudo. Em Hollywood trabalha-se noite e dia na producção de "talkies". Todo os estudios foram equipados para esse fim, salvo um: o de Charlie Chaplin. Charlie é o ultimo baluarte da arte muda. Recusa-se a admittir o "écran" sonóro reclamado pela universidade do publico americano e até o presente, pelo menos, passa o máu humor não produzindo nada.
Formidaveis capitaes foram investidos nessa innovação; o mais curioso é que as mais importantes firmas cinematographicas passaram ao controle das grandes sociedades de electricidade. Estas tem tanto interesse pelo cinema como pela arte. Consideram-nas no mesmo ponto de vista em que se collocam quando se trata da fabricação de cabos electricos, de apparelhos frigorificos ou de vibradores para massagem. Para ellas o filme não é senão um objecto como um outro qualquer a ser manufacturado em melhores condições para melhor proveito commercial. Ora, não ha mais margem para lucros fóra do filme sonóro nos Estados Unidos. Ha vinte e cinco annos o publico pagava para vêr na téla as imagens animadas, sem se preoccupar com a sua qualidade. Hoje, exige que o "écran" fale e cante, sem se deter nas censuras de Carlitos e nas que certos criticos cinematographicos dirigem ao filme falado, accusando-o de destruir a verdadeira arte do cinema.
Novas figuras fizeram a sua apparição em Hollywood. Foram os technicos da industria electrica, na maioria jovens, sahidos ha pouco das universidades e dos laboratorios, e que, até o anno ultimo não haviam posto os pés num estudio. Da noite para o dia tornaram-se mestres e todos devem obediencia à sua autoridade. Esta incursão não se fez sem choques. O antigo pessoal que tinha os seus habitos e as suas tradicções, oppoz a principio a sua má vontade e a força inercia a estes novos, cuja experiencia contestavam. Mas os directores actuaes dos estudios se propuzeram a despedir summariamente a quem quer que se oppuzesse à livre manifestação das idéas e das empresas desses jovens technicos de electricidade.Tambem os estudios, por sua vez, mudaram completamente. Uma disciplina meticulosa e absoluta substituiu o amavel "deixa correr o marfim" dos velhos tempos. Tornaram-se como que o templo de uma nova divindade: o silencio. Foi proscripto de maneira implacavel, o irreconciliavel inimigo do registro sonoro: o ruido, que não se tolera de maneira alguma. As paredes são calafetadas, todas as portas munidas de amortecedores do som. Quando se illumina a lampada vermelha que annuncia a todos o inicio da filmagem de uma scena falada um guarda, com sandalias de feltro, aferrolha todas as communicações e mesmo um "ukase" do tzar do cinema americano, Will Hays, não lhes póde determinar, nessa occasião abertura. Aliás, visitante algum é admittido. Tudo assume um ar de mysterio e de segredo. "Metteursen-scene", actores, operadores, machinistas, ficam postados no seu lugar não ousando trocar uma unica palavra e procurando evitar, a todo o transe, uma tosse, qualquer ou uma contracção nervosa, cujo ruido não deixaria de impressionar o ouvido sensivel do microphone temido.Não ha mais o rumor dos ventiladores que renovavam o ar acculinado, ou das orchestras de jazz que distrahiam ou estimulavam o trabalho. Foi preciso sacrificar um milhão de dollares de lampadas a carvão por causa do seu ruido quando accesas. Foram substituidas por lampadas de incandescencia que são silenciosas mas que aquecem infernalmente a atmosphera e transformam os studios num forno. Para supprimir o ruido da camera foram estudados diversos meios. O que se emprega, geralmente, hoje em dia, consiste em encerrar camera e operadores em uma cabine hermeticamente fechada, munida de um espesso vidro, através do qual se effectua a tomada de vistas. As portas são fechadas exteriormente, de maneira que os operadores não as possam abrir para tomar um pouco de ar. Para impedir que succumbam à asphyxia, quando o seu trabalho se prolonga o ar lhes é transmittido por meio de um tubo. Para a tomada de vistas exteriores estas precauções são menos necessarias e a camera fica ao ar livre. O perigo a evitar ahi é o da explosão dos motores de automoveis passando nos arredores, ou de um aeroplano cortando o ar.
O director da tomada de vistas, que dominava outróra no studio como director absoluto, tem actualmente acima delle alguem a cujas ordens deve obediencia: o chefe do registro sonóro ou como se chama o "Controleur do som" ("controler of sound"). "Acima delle" é uma expressão concreta e não uma simples figura. Este "controleur" está com effeito fechado numa especie de cabine de piloto, collocada na parte superior do estudio. A cabine é calafetada e as suas largas paredes são constituidas por cinco espessuras de vidro.
Com um receptor telephonico no ouvido, o "controleur" ouve pelo fio os sons e os ruidos que serão registrados pelo microphone. Sempre com auxilio do telephone elle regula a natureza e a intensidade, dando aos "metteurs-en-scéne" a permissão para movimentar ou interromper o registro e a tomada de vistas. Alguns instantes depois da scena ter sido fixada, ella é projectada deante de todo o pessoal do estudio, reunido em assembléa, afim de constatar se o registro foi bom ou se é preciso recomeçar. É o que se chama o "play back".
O "talking" não dá margem a improvizações de quaesquer especies. Tudo deve ser previsto com antecipação: o scenario, o texto, os ruidos. Do mesmo modo não é mais possivel, em face da synchronização sonóra, rodar varias vezes a mesma scena para obter os differentes planos. É-se obrigado a registrar ao mesmo tempo os "long shots", os medium shots" e os "close ups", quer dizer os planos geraes, os planos medios e os grandes planos.
Chega-se a esse resultado por meio de objectivas com cameras differentes. Ou ainda dispondo-as em differentes partes do estudo e rodando sob angulos diversos, Ha, às vezes, quinze! Mas como estas cameras são fechadas nas cabines, ellas não têm a mobilidade de que beneficiavam os filmes mudos e não se pode locomovel-as tão facilmente, o que necessariamente dá ao filme alguma monotonia.
De um modo geral, a photographia dos "talkies" é menos perfeita do que a dos filmes mudos. É preciso dizer além disso que ao publico americano o que interessa principalmente é a novidade sonóra. Assim os "talkies" são confeccionados com maior rapidez do que os antigos filmes: primeiramente porque não se perde tempo recomeçando cinco ou seis vezes a mesma scena sob o pretexto de que a estrella não appareceu vantajosamente no grande plano; em seguida porque a "mise-en-scene" é menos complicada e menos variada; enfim porque as partes faladas consomem, sózinhas, uma longa metragem. Se se puzerem de parte as despesas de amortização do material que são formidaveis, o filme sonóro torna-se menos caro do que o filme mudo e se póde produzir com vantagem. Póde-se ser que, quando o filme falado tiver perdido a sua attracção de ineditismo o publico se mostre mais exigente quanto ao assumpto; mas tambem o periodo dos primeiros titubeios passou e a experiencia adquirida permittirá melhorar uma producção ainda defeituosa. Uma consequencia fatal do filme falado foi modificar a escala dos valores dos artistas. As qualidades photogenicas tornaram-se, senão secundarias, pelo menos insufficientes. É assim que, por exemplo, as famosas "Bathing Beauties" de Mack Sennet, as banhistas, cuja plastica impeccavel fez a fortuna de tantos filmes, tiveram em sua maior parte de renunciar ao cinema, porque ellas não sabiam cantar. Hoje, não resta senão a pequena Thelma Hill, que soube resistir às exigencias do microphone. As proprias "girls", que outróra eram simples figurantes, são agora obrigadas à posse de um minimum de talento vocal, e foram instituidos para sua aprendizagem, cursos de canto nos estudios.A principio suppoz-se que as artistas e os actores de theatro seriam os mais aptos para os "talkies" e uma verdadeira multidão desses elementos se precipitou dos theatros de Nova York para Hollywood com esse objectivo. Mas o publico cinematographico se mostrou refractario à dicção emphatica desses profissionaes.
Na hora actual, são as antigas vedettas de cinema que encontram o favor perdido. Estudaram dicção e canto e retomam, por isso progressivamente o seu lugar nos estudios.Um dos problemas mais graves que affligem o filme falado, é o dos mercados estrangeiros. Houve inicialmente tão intensa procura dentro dos Estados Unidos, que os americanos não se preoccupam com a exploração possivel em outros paizes como a Allemanha, a França, a America do Sul. Mas conhecidas como são as despesas formidaveis das copias em outros idiomas, além da sua imperfeição, é no proprio filme sonóro que estará a felicidade completa, e ampla prosperidade das cinematographias de cada paiz.



Publicado na Folha da Manhã, domingo, 30 de julho de 1933

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Para ler

"O Pano do Diabo - Uma história das listras e dos tecidos listrados"

"O Pano do Diabo - Uma história das listras e dos tecidos listrados" - Autor: Michel Pastoureau - Editora: Jorge Zahar - Preço: R$ 17,00, em média

"O Pano do Diabo" é uma viagem no tempo que busca desvendar o significado das listras nas vestimentas da sociedade ocidental. Talvez você nunca tenha se perguntado o motivo pelo qual a roupa dos presidiários tenham sido listradas, assim como a dos loucos e doentes contagiosos. Seria uma forma de diferenciar os que estavam à margem da sociedade?

As listras de alguma forma também foram relacionadas ao mar, nas roupas dos marinheiros e nos trajes para banhos de mar. O esporte, em geral, também se apoderou delas, seja nos uniformes ou em símbolos de marcas famosas. Essas e outras questões são analisadas pelo autor em um livro sucinto, mas muito interessante.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Para Assistir

Palavras ao Vento

Título Original: Written on the wind
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: George Zuckerman
Produção: Albert Zugsmith
Música Original: Victor Young, Frank Skinner
Fotografia: Russell Metty
Edição: Russell F. Schongarth
Direção de Arte: Robert Clatworthy, Alexander Golitzen
Figurino: Bill Thomas
Efeitos Sonoros: Robert Pritchard, Leslie I. Carey
País: USA
Gênero: Drama
Nota: 7,6
Prêmios: Academia de Hollywood - Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Dorothy Malone)
Indicações: Academia de Hollywood - Indicado aos Oscars de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Stack) e de Melhor Canção (Written on the wind)
Globo de Ouro - Indicado ao Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (Dorothy Malone)

Baseado no livro de Robert Wilder, "Palavras ao Vento" é um dos ótimos dramas dos anos 50. Realizado pelo grande cineasta Douglas Sirk, o filme fala de temas como alcoolismo, impotência e ninfomania dentro de uma abastada família do ramo do petróleo.
A direção de Sirk é consistentemente muito boa. A fotografia de Russell Metty e a música de Victor Young são dois pontos altos do filme.
No elenco, o maior destaque fica por conta da atuação de Dorothy Malone, no papel de uma jovem ninfomaníaca, por ter sido rejeitada pelo seu grande amor de infância. Robert Stack também apresenta uma ótima interpretação no papel de um rico playboy que vive a se embebedar.

Sinopse
Mitch Wayne e Kyle Hadley, filho playboy de um magnata do petróleo, são grandes amigos desde a infância. A irmã de Kyle, Marylee, sempre manteve a esperança de, um dia, casar-se com Mitch, mas este sempre a tratou como se ela fosse uma irmã.
Mitch e Kyle apaixonam-se pela mesma jovem, Lucy Moore, mas esta termina casando-se com Kyle, antes mesmo de Mitch expressar seus sentimentos para com ela.
Após o casamento, Kyle, que sempre bebeu muito, consegue passar um ano sem tocar em bebida e a se comportar de forma mais responsável, até descobrir que ele pode ser estéril. Maliciosamente, Marylee sugere-lhe que Lucy e Mitch são amantes, e quando Lucy aparece grávida, o bêbado Kyle acusa Mitch de ser o pai da criança.
Perturbado, corre até seu Bar preferido para se embebedar mais uma vez. Embriagado, retorna à sua mansão, onde, depois de acusar sua esposa de ter engravidado de seu melhor amigo, a espanca com violência. Em seguida, desce até a biblioteca onde começa a destruir tudo.
Mitch socorre Lucy e telefona para o Dr. Paul Cochrane, informando-lhe o ocorrido. Este chega em seguida, examina Lucy e constata que ela acabara de sofrer um aborto espontâneo.
Mitch vai até a biblioteca tentar convencer Kyle de que nunca encostou um dedo em sua esposa. Este, embriagado, não acredita no velho amigo de infância e saca um revólver. Quando vai atingi-lo, sua irmã, Marylee, se atraca com ele e, acidentalmente, a arma dispara, ferindo-o mortalmente.
Marylee tenta chantagear Mitch, alegando que pode testemunhar contra ele, a não ser que aceite se casar com ela. Ele rejeita a ameaça e lhe pede para que desista de ter qualquer tipo de esperança em relação a ele, que tem por ela um amor de irmão.
O caso da morte de Kyle vai a julgamento, tendo Mitch como principal suspeito. Depois de serem ouvidas várias testemunhas, chega a vez de Marylee ser inquirida. Ao contrário das ameaças feitas a Mitch, Marylee conta exatamente o que de fato ocorreu.
Livre da acusação, Mitch deixa a mansão dos Hadley em companhia de Lucy.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Para anotar no caderninho!

Frases de Chanel

"Sou contra uma moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora, só porque é primavera."

"Uma mulher vestida de claro raramente fica de mau-humor."

"A natureza nos dá o rosto dos 20 anos. A vida modela o dos 30. Mas temos que merecer o rosto dos 50."
"Aos 50 anos a mulher é responsável por seu rosto. Ninguém é jovem aos 50. Costumo dizer aos homens: acham que ficam mais bonitos carecas?"

"Sou a última do meu gênero. Não terei sucessores. Espero apenas que o meu exemplo não seja esquecido muito depressa".

"A roupa deve ser, antes de tudo, cômoda e prática. É a roupa que deve adaptar-se ao corpo e não o corpo que deve deformar-se para adaptar-se à roupa".

"A moda, como a arquitetura, é uma questão de proporções".

"As roupas velhas são como velhos amigos. Nós os conservamos. Gosto de roupas como gosto de livros: para pegar, mexer nelas."

"Os homens que querem se fazer notar pelas roupas são uns cretinos. As mulheres podem sobreviver a quase todas as formas de ridículo; um homem ridículo está perdido, a menos que seja gênio."

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Requinte e simplicidade


A extrema elegância sempre foi a principal marca das criações clássicas de Hubert de Givenchy, um francês reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.
Givenchy se aposentou em 1995 e não mais participa do mundo da moda. O atual responsável pela criação da marca é o inglês Julien Macdonald, que veio substituir Alexander MacQueen, desde março de 2001.

"Para os que se preocupam com qualidade, o prestígio é a coisa mais importante. Acredito sempre na alta-costura e desejo que ela dure até o fim da minha carreira. Sempre a defendi, com a perfeição que ela implica. Não há duas maneiras de se exercer a profissão. Sucesso não é prestígio. O sucesso é passageiro, o prestígio é outro assunto. Ele persiste depois da gente. É preciso trabalhar para não ter trabalhado em vão." Givenchy

Audrey Hepburn usa modelo de Givenchy em cena do filme "Bonequinha de Luxo", de 1961

"Bonequinha de Luxo"A atriz Audrey Hepburn (1929-93) traduzia o ideal de elegância e glamour que Givenchy queria para suas roupas. Era a mulher perfeita para vestir suas criações, sempre impecavelmente bem proporcionadas."Eu trabalho mais sobre modelos vivos que com manequins de madeira. Os manequins vivos são fonte de inspiração. Audrey Hepburn encarnou, para mim, um ideal feminino, por suas proporções e também por sua imagem."O guarda-roupa criado por ele, que vestiu Hepburn, para o filme "Bonequinha de Luxo", de 1961, se tornou exemplo de sofisticação clássica, com seus vestidos pretos e formas limpas.

Em 1998, numa edição comemorativa limitada, a Barbie, boneca mais vendida no mundo, foi vestida com o famoso vestido preto longo do filme "Bonequinha de Luxo".

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Chanel

Com estilo e elegância, Gabrielle "Coco" Chanel revolucionou a década de 20, libertando a mulher dos trajes desconfortáveis e rígidos do final do século 19. Um verdadeiro mito, Chanel reproduziu sua própria imagem, a mulher do século 20, independente, bem-sucedida, com personalidade e estilo.

O estilista alemão Karl Lagerfeld é, desde 1983, o diretor de criação da marca Chanel, tanto para a linha de alta-costura quanto para a de prêt-à-porter. O estilo clássico criado por mademoiselle, revitalizado por Lagerfeld, atravessou o século 20 e se tornou atemporal.

"Eu criei um estilo para um mundo inteiro.Vê-se em todas as lojas "estilo Chanel". Não há nada que se assemelhe. Sou escrava do meu estilo. Um estilo não sai da moda; Chanel não sai da moda."

Símbolo de status A bolsa com alças de corrente dourada, o colar de pérolas, o tailleur e o vestido preto são os símbolos de elegância e status que marcaram para sempre a história da moda. Mas foi o seu perfume, o Chanel nº 5 - tido como o mais vendido no mundo -, que a tornou milionária.O perfume foi criado em 1921 por Ernest Beaux a pedido de Gabrielle Chanel, que sugeriu: "Um perfume de mulher com cheiro de mulher". Dentro de um frasco art déco - que foi incorporado à coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959 -, o Chanel nº 5 foi o primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Atitude pin-up

O conceito das garotas pin-up era bastante claro: eram sensuais e ao mesmo tempo inocentes. A verdadeira pin-up jamais poderia ser vulgar ou oferecida, apenas convidativa. Asseguradas pelos traços sofisticados vindos da art-nouveau, elas vestiam peças de roupa que deixavam sutilmente à mostra suntuosas pernas e definidas cinturas. Era o bastante para alimentar a fantasia dos marmanjos.
Das ilustrações de papel, as pin-ups logo ganharam vida ao serem encarnadas por atrizes como Betty Grable e Marilyn Monroe, ou fotografadas por modelos voluptuosas como Bettie Page, também chamada de rainha das curvas . Vestidas de coristas, marinheiras, enfermeiras e outros uniformes-fetiches, que por vezes incluíam muito couro e tiras, as pin-ups de carne e osso fizeram tremendo sucesso em revistas como a americana Esquire e filmes como o Pin Up Girl , de H. Bruce Humberstone, estrelado por Grable. Elas também garantiram a apreciação de uma beleza e de um corpo feminino possível a outras mulheres, além do reconhecimento mundial do estilo pin-up de encarar a sexualidade com naturalidade e bom humor.
E se a partir dos anos 70, a indústria do sexo passou a desmanchar a aura misteriosa dessas mulheres, graças a filmes pornográficos e revistas de nu feminino, o erotismo não-explícito encontra lugar no século 21. Rock, glamour e internet agora se misturam na vida das pin-ups modernas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Pin-up do mês de Janeiro




Dorothy Malone nasceu em Chicago, Illinois, USA, em 30/01/1925. Em 1956 foi indicada para o Golden Globe e para o Oscar pela sua atuação em Palavras ao Vento (Written with the Wind). Não ganhou o Globo de Ouro, mas ficou com o Oscar como melhor atriz coadjuvante pelo seu trabalho naquele mesmo filme, ao lado de Rock Hudson, Lauren Bacall e Robert Stack. Fez muito sucesso na série de televisão A Caldeira do Diabo (1965) (Peyton Place), ocasião em que teve de ser substituída temporariamente pela atriz Lola Albright, por causa de um sério problema de saúde. Dorothy casou-se com Jacques Bergerac em junho de 1959 e tiveram duas filhas. Em dezembro de 1964, num divórcio tumultuado, separou-se de Jacques acusando-o de casar-se com atrizes famosas apenas para se promover. Bergerac fora casado anteriormente com Ginger Rogers.






Filmografia:

Instinto Selvagem (1992)
O Destino é o Caçador (1964), Lisa Bond
O Grande Naufrágio (1960), Laurie Henderson
O Homem das Mil Caras (1957)
Palavras ao Vento (1956)
Artistas e Modelos (1955)
Qual Será o Nosso Amanhã? (1955)
A Canção Inesquecível (1946)
À Beira do Abismo (1946)
Step Lively (1944)
Um Sonho em Hollywood (1944), Dorothy Malone - Recepcionista (não creditada)
Higher and Higher (1943)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ela está sempre na moda

Nunca um brinquedo refletiu tão bem o comportamento de uma época quanto a quarentona Barbie, uma boneca que acompanhou todas as mudanças dessas últimas quatro décadas. Ela é rica, bonita, famosa, inteligente e está sempre na moda. Tem o namorado perfeito e muitos amigos que a adoram. O mundo Barbie é cor-de-rosa, feito de sonhos e fantasia, onde tudo é possível. É o que garante o slogan "be anything". A Barbie é um sucesso absoluto, tanto em vendas [é a boneca mais vendida no mundo. São 120 milhões de exemplares a cada ano, o que significa que duas Barbies são vendidas por segundo] quanto em popularidade [ela é a queridinha de crianças e adultos de todo lugar].
Foi Ruth Handler, esposa de Elliot Handler [fundador da empresa norte-americana Mattel] quem teve a idéia de fabricar uma boneca adulta, que até então só existia em papel [na verdade, a boneca alemã Lili, feita de celulóide, é anterior à Barbie e pode ter inspirado Ruth Handler]. Mãe de três filhos, Ken, Skipper e Barbara, ela não teve dúvida quanto ao nome da nova boneca: Barbie, o diminutivo de Barbara. Mais tarde, Ken viria ser seu namorado e Skipper sua irmã-boneca.
Encomendada ao designer Jack Ryan, em 1958, ela foi lançada oficialmente na Feira Anual de Brinquedos de Nova York, em 9 de março de 1959. Barbie foi apresentada como uma modelo teenager vestida na última moda. Aliás, a imagem da boneca sempre foi a de uma top model, símbolo de sucesso, beleza e juventude.
Loura e vestida com um maiô listrado em preto e branco, a boneca nasceu com o corpo de manequim, longas pernas e cintura fina, as medidas perfeitas para os seus 29 cm de altura.Ela já trazia modelos de roupas e acessórios que podiam ser trocados, ou seja, tudo o que pudesse identificar o universo jovem dos final dos anos 50: vestidos rodados, calças cigarrete, luvas e até um modelito para ir ao trabalho como designer de moda (1960).
A moda dos últimos 40 anos pode ser contada através da Barbie e sua coleção de estilos e modelos. Sempre na última moda, ela reflete as mudanças do mundo feminino. Em 1961, ela ganhou um namorado, o Ken, que tinha o tipo do ator de cinema Troy Donahue. Ken também sempre acompanhou a moda da época, munido de vários modelos e acessórios, além de variar o corte do cabelo de acordo com o último estilo jovem.
Os anos 60 corriam e a Barbie era a típica garota americana, com seu twin-set de lã e faixas no cabelo [perucas que vinham em três cores: loura, castanha e ruiva]. Em 1962, se vestiu de Jacqueline Kennedy, exemplo de elegância e bom gosto, com o famoso tailleur cor-de-rosa. O desenvolvimento de uma cultura genuinamente jovem, as mudanças na moda, música e estilo de vida chegaram até ela. Surgiu Twiggy, em 1967, vestida de tubinho mini [claro] e botas amarelas, no melhor estilo londrino da época, moderna e divertida. Em 1965, ela ganhou pernas flexíveis e, em 1968, seu rosto ganhou um aspecto ainda mais jovem, com longos cílios e olhos azuis. Fechando a década, roupas floridas, estampas psicodélicas, grandes óculos e uma nova amiga, a primeira boneca negra, Christie (1969).
Durante os anos 70, assim como a juventude da época, Barbie acreditava na paz universal, fazendo música e explorando formas alternativas de viver. As minis, viraram midis e maxis. Os cabelos cresceram e o visual se tornou hippie. Em 72, ela ganhou um trailer, passaporte para uma vida mais próxima à natureza, com suas saias de retalhos e vestidos românticos estilo Laura Ashley.
Também havia o estilo Malibu (71), de pele bronzeada, cabelos louros bem claros e pronta para surfar.
Com o sucesso da onda disco, Ken ganhou uma versão John Travolta [no filme "Embalos de Sábado à Noite"]. O casal encarnou várias celebridades da época, sempre com muito brilho e sucesso, a bordo de seu novo carro - um modelo rosa-choque esportivo.
Os anos 80 foram marcados pelo glamour e mistura de proporções das roupas. Barbie apareceu em versão seriado Dallas, com cabelo estilo Farrah Fawcet, tudo com muito glitter e lábios vermelhos. Mangas bufantes e blusas transparentes faziam parte do figurino. Em 1982, a maquiagem virou item obrigatório e já fazia parte dos acessórios da boneca.
A mania fitness da década, o estilo alegre das roupas, a mulher de negócios, o glamour dos modelos de festa, os símbolos pop da época, como Madona e Whitney Houston, tudo isso fazia parte do mundo Barbie dos anos 80.
Barbie chegou aos 90 dirigindo uma Ferrari, se divertindo, cantando e dançando. Seus cabelos estavam mais compridos que nunca e suas roupas cada vez mais sofisticadas. Em 1992, sempre politicamente correta, ela se candidatou à presidência dos Estados Unidos.
Entre os diversos estilos adotados por ela, estavam a Barbie rap, roqueira, salva-vidas, médica, dentista, ginasta e uma super-Barbie, com capa cor-de-rosa. Em 1996, ela ganhou uma amiga paraplégica, Becky, que vinha com uma cadeira de rodas.
Ken, o eterno namorado, não ficou para trás, ganhou uma versão Brad Pitt em 1999. Nesse mesmo ano, as tops Claudia Shiffer e Naomi Campbel também ganharam suas versões da boneca. Dotada de um corpo mais flexível, Barbie chegou ao ano 2000 como uma mulher moderna, que trabalha, e por isso precisa de vários novos acessórios, como computador e celular.

Um modelo comemorativo foi lançado para comemorar os 40 anos da boneca, que vem usando um vestido longo preto com detalhes em prata e um buquê com 40 rosas vermelhas. Um luxo!!!A Barbie de hoje reflete o comportamento e os desejos das garotas de todo lugar. Ela pode ser o que quiser, sempre com estilo e claro, na última moda.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Anos 60: Novos estereótipos de beleza e mudanças radicais

Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando.
As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.
Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.
Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.
Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.
O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico.
Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.
O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].
A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.
Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça [muito imitado pelas mulheres].
Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.
O estilo da "swinging London" culminou com a Biba, uma butique independente, frequentada por personalidades da época. Seu ar romântico retrô, aliado ao estilo camponês, florido e ingênuo de Laura Ashley, estavam em sintonia com o início do fenômeno hippie do final dos anos 60.
A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de Mao.
Os avanços na medicina, as viagens espaciais, o Concorde que viaja em velocidade superior à do som, são exemplos de uma era de grande desenvolvimento tecnológico que transmitia uma imagem de modernidade. Essa imagem influenciou não só a moda, mas também o design e a arte que passaria a ter um aspecto mais popular e fugaz.
Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.No ritmo de todas as mudanças dos anos 60, o cinema europeu ganhava força com a nouvelle vague do cinema francês ["Acossado", de Jean-Luc Godard, se tornaria um clássico do movimento], ao lado do neo-realismo do cinema italiano, que influenciaram o surgimento, no início da década, do cinema novo [que teve Glauber Rocha como um dos seus iniciadores] no Brasil, ao contestar as caras produções da época e destacar a importância do autor, ao contrário dos estúdios de Hollywood. No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas.
A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô e pop.Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética.No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5. Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O biquini

O biquíni (ou bikini) é um maiô de duas peças de tamanho reduzido, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco. Seu nome se deriva do atol de Bikini, um atol do Pacífico onde se deu, em julho de 1946, um explosão atômica experimental. Assim, pretendia-se propor que a mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma "bomba atômica". Na França, o termo é marca registrada.
A criação do biquini é disputada por dois estilistas franceses: primeiro, Jacques Heim apresentou o "atome" como "o menor maiô do mundo"; em seguida, Louis Réard mostrou o "bikini, menor que o menor maiô do mundo" e ficou com a fama do criador da peça.
Mas no início mulheres não estavam preparadas para usar peças de vestuário tão reduzidas, que mostravam o umbigo e foi proibido em vários países incluindo Portugal. No entanto actrizes como Ava Gardner, Ursula Andress e Brigitte Bardot foram contra todos os preconceitos da época aderindo ao biquíni, como instrumento de sedução em filmes e em fotos.
Nos anos 60 biquíni atingiu o auge de popularidade. Era muitas vezes usado como adorno em filmes e músicas, e como contestação política e social. Tornou-se um símbolo pop. No Rio de Janeiro tornaram-se populares os famosos biquínis "fio dental".

Fonte: Wikipédia