quarta-feira, 30 de abril de 2008

Os favoritos de Marilyn Monroe

Atores: Marlon Brando, Clark Gable, Charles Chaplin, Charles Laughton, Will Rogers, Cary Grant, John Barrymore, Tyrone Power, Richard Widmark
Atrizes: Greta Garbo, Jean Harlow, Ginger Rogers, Marie Dressler, Joan Crawford, Olivia de Havilland
Companhia Aérea: TWA
Artistas: Goya, Picasso, El Greco, Michelangelo, Botticelli
Bebida: Dom Perignon 1953
Livro: "How Stanislavsky Directs" de Michael Gorchakov
Cores: Bege, preto, branco, vermelho
Cantora: Ella Fitzgerald
Cantor: Frank Sinatra
Foto: de Cecil Beaton com vestido branco
Músicos: Louis Armstrong, Earl Bostick, Ludwig von Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart
Perfume: Chanel n.º 5
Creme: Nivea Body Lotion
Peças Teatro: "A Street Car Named Desire", "Death of a Salesman"
Poetas: John Keats, Walt Whitman
Restaurante (em Hollywood): Romanoff's
Loja: Bloomingdale's
Escritores: Dostoyevsky, J. D. Salinger, George Bernard Shaw, Thomas Wolfe .
Lembrança: Coreia

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Para assistir

...E o vento levou

E o Vento Levou (Gone With the Wind, 1939) não é a maior obra-prima do cinema americano, mas é, indiscutivelmente, o filme mais popular produzido em Hollywood em todos os tempos. Passados mais de 60 anos, a história de sua realização é ainda lembrada. Pelos excessos, pelo academicismo e pela capacidade de galvanizar sucessivas gerações de espectadores. Pode-se até dizer que o E o Vento Levou representa o melhor e o pior do cinema: o espetáculo travestido de arte, a grandiloqüência de um sistema de produção, o anonimato como autoria.
Tudo isso e muito mais. Porém, a despeito do glamour do cinema da época, E o Vento Levou tornou-se um patrimônio de valor inestimável. Mais do que uma obra cinematográfica, o filme ganhou estatura de animal mitológico. Seus diálogos são daqueles lembrados na ponta da língua. E a música de Max Steiner é sempre reconhecida nos primeiros acordes. Por trás de tudo, o sonho inquebrantável de um dos maiores fabricantes de sonhos de Hollywood: David O. Selznick. Ou melhor, o gênio do sistema da época de ouro do cinema americano. Foi sob a autoridade deste homem que foi possível a transposição para às telas do romance de Margaret Mitchell. Na sua realização, Selznick despediu e contratou roteiristas e diretores ao seu bel prazer. Scott Fitzgerald e Ben Hecht escreveram trechos do filme, mas o único a assinar foi Sidney Howard. Victor Fleming ganhou o crédito de diretor, mas George Cukor, Sam Wood e o diretor de arte William Cameron Menzies responsabilizaram-se por muitas seqüências.
No entanto, apesar de todo esse entra e sai, de vira e mexe da produção, não se pode dizer que falta coerência ao E o Vento Levou. Muito pelo contrário. Desde a concepção pictórica - amparada num fantástico uso do Technicolor pelos fotógrafos Ernest Haller e Ray Rennahan - às interpretações do elenco coadjuvante, o filme é de um primor absoluto. Mas, o que faz a sua grandeza é, principalmente, a maneira como um passado do país é representado e a cativante dupla de protagonistas, interpretados por Clark Gable e Vivien Leigh. Leigh, que venceu uma batalha entre muitas atrizes para ficar com o papel, faz uma Scarlett O'Hara magnífica. E nem é temerário afirmar: Scarlett O'Hara é uma das mais cativantes personagens femininas da história do cinema. Mimada, manipuladora e instável, ela é o que se pode chamar de uma mulher complexa.
Gable, que faz o aventureiro Rhett Butler, foi uma escolha natural de Selznick. Ele empresta humor e muita testosterona ao seu papel. Mesmo com essa sedução extremada, não dá para fechar os olhos diante de um filme que é também um monumento ao racismo e ao machismo. A Academia assinou em baixo dando a E o Vento Levou nada menos que 10 Oscars (entre eles filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, atriz, atriz coadjuvante e direção de arte).

Sinopse: Narra a complicada vida de Scarlet O’Hara (Vivien Leigh), seus amores e desilusões em um período que tem a Guerra Civil Americana como pano de fundo. Clark Gable é Rett Butler, um vivido aventureiro que passa pela vida de Scartlet, em uma relação de amor e ódio marcada por conflitos já clássicos e cenas inesquecíveis de amor. Praticamente o inventor das telenovelas, devido aos conflitos constantes de emoções manifestadas e o romance como tema – não necessariamente por uma outra pessoa, e sim por uma causa, lugar ou qualquer outra coisa que se refira sentimentalmente ao personagem.



Direção: Victor Fleming
Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Hattie McDaniel, Thomas Mitchell, Barbara O'Neil, Evelyn Keyes, Ann Rutherford, George Reeves, Fred Crane, Oscar Polk, Butterfly McQueen, Victor Jory, Everett Brown

Fonte: Nostalgia BR


terça-feira, 8 de abril de 2008

Scarlett e Dita

Fotos do ensaio para a revista Flaunt.





quarta-feira, 2 de abril de 2008

Marilyn and the Camera

"A primeira vez que me encontrei com Marilyn, ela estava dançando com o seu primeiro marido, Jim Dougherty, que foi meu colega de escola. Ele estava de uniforme e chamou-me: "Ei, fora-da-lei! Quero que conheça a minha mulher, Norma Jeane". Olhei para cima a partir da mesa onde me encontrava e vi uma coisa pequenina de cabelos castanhos claros e sorriso doce. Acenamos um "olá". Ela estava completamente curvada sobre o braço dele. Mais ou menos um ano depois, estava eu passeando pela RKO com o realizador Nick Ray quando passamos por uma moça que vestia uns jeans apertados e uma blusa de homem atada com um nó por baixo do peito, mostando a barriga. Nick parou o carro e disse: "Quero que conheças esta miúda... ela está passando uns maus momentos com a protagonista de um filme que está sendo sarcastica com ela". À medida que caminhavamos, ele chamou: "Marilyn, quero que vocês se conheçam. Jane, esta é Marilyn Monroe". O cabelo dela era agora loiro. Nick mostrava-se preocupado, atento e protetor.
Eu acredito que a verdadeira qualidade que fazia a Marilyn diferente dos outros - assim chamados simbolos sexuais - era a sua... vunerabilidade. Todos queriam olhar por ela, ajudar. Ela recebeu proteção de todos menos dos insensiveis, ou daqueles que, claro, queriam um mundo adulto sofisticado, onde todos são responsáveis por si, um mundo de humor corrosivo, um mundo de aproveita-tanto-quanto-dás. Eu estava acostumada a esse mundo, mas a Marilyn podia ficar terrivelmente magoada. Ela simplesmente não conseguia compreender que as pessoas fossem más. Era super sensível - e com razão, considerando o seu passado sem direção e o seu futuro incerto. Marilyn tinha uma sede enorme de conhecimento e auto-aperfeiçoamento. Ela adorava poesia e música e era institivamente atraída pela cultura, por todas as artes, mas o dinheiro e o poder não eram para ser obtidos por coersão; especialmente se aplicados a Marilyn. Ela poderia fugir como uma borboleta. Lembro-me de a ouvir dizer: "Se eles não vão ser justos e simpáticos, posso sempre ir-me embora. Posso passar com muito pouco. Aliás, não é nada que não tenha feito antes". Quando começamos a gravar Os Homens Preferem as Loiras ela teve pela primeira vez o seu camarim de "estrela" de primeira, apesar de já ter sido protagonista em filmes anteriores. Ela estava determinada a fazer com que os seus patrões da Fox a levassem a sério. Trabalhava dia e noite ensaiando as danças ou então, quando havia gravações durante o dia, revia o guião à noite com a sua ensaiadora. Eu chegava a casa exausta e pronta para descansar, mas a Marilyn trabalhava pela noite fora. no dia seguinte chegava cerca de uma hora antes de mim. Estava sempre pronta mas não conseguia ir sozinha para o estúdio de gravação Ficava completamente paralizada. Por uns dias reinou uma certa tensão no estudio - não podiamos fazer Howard Hawks esperar sem que ele nos deitasse um olhar frio como aço! Whitey, o seu maquiador, confidenciou no meu camarim que sentia-a com medo de entrar no estúdio - de enfrentar a "fera", como assim era. Assim, a partir daquele momento, eu parava no seu camarim e dizia: "Vamos loiraça, está na hora. Vamo-nos a eles!". Marilyn olhava-me e num murmúrio de mocinha e dizia: "Oh... ok" e lá iamos nós juntas. Todos a achavamos muito cooperativa, doce e divertida, e quando a câmera rolava ela cintilava. Fisicamente, ela parecia não ter ossos... curvava-se em todas as direções... era como carne ondulante... e apesar disso, uma inocencia de criança estava sempre presente. Se alguém lhe levantasse a voz ou fosse muito ríspido, ela chorava - era certo. Os fotógrafos são as mais gentis das criaturas. Eles tiram o melhor dos seus modelos. É a sua obrigação, senão perdem-nos... e a nossa Marilyn respondia-lhes tal como uma flor se abre para o sol..."

Jane Russel, prefácio de Marilyn and the camera