Maria do Carmo Miranda da Cunha, portuguesa de nascimento, brasileira de coração, Carmen Miranda jamais se naturalizou americana, apesar dos dezesseis anos vividos como imigrante nos Estados Unidos.
O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O País como "a maior cantora brasileira".
Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme Alô, Alô Carnaval. Depois de uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power em 1938, cogitou-se a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Carmen recebia o fabuloso salário no Cassino da Urca e não se interessou pela idéia.
Em 1939, o empresário estadunidense Lee Shubert e a atriz Sonja Henie assistiram ao espetáculo de Carmen no Cassino da Urca. Depois de um espetáculo no transatlântico Normandie, Carmen assinou contrato com o empresário. A execução do contrato não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo musical Bando da Lua para a acompanhar, mas o empresário estava apenas interessado em Carmen. Depois de voltar para os Estados Unidos, Shubert aceitou a vinda do Bando da Lua. Carmen partiu no navio Uruguai em 4 de maio de 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Desde o início de sua carreira americana, Carmen fez uso de barbitúricos para poder dar conta de uma agenda extenuante, tratou-se, porém não abandonou totalmente o uso da droga e do alcóol. Como conseqüência, aos 46 anos, morreu vítima de um colapso cardíaco fulminante.
"Mais do que o samba, mais do que a marchinha carnavalesca ou a marcha-rancho, a batucada é o ritmo mais chegado ao meu coração de brasileira. Só que também me deixa triste. Quando canto "Adeus, Batucada", sinto um aperto no coração, um nó na garganta. Parece-me uma marcha fúnebre de boêmios."
Carmem Miranda